Lima – Peru

Este post faz parte de 7 noites no Peru: Lima + Cusco + Valle Sagrado + Machu Picchu

Rosa Náutica

Lima foi uma deliciosa surpresa, adoramos! Vale a pena passar 3 dias na cidade (por 2 ou 3 noites). Estivemos aqui em set/18 por três dias inteiros e duas noites e não paramos!

Onde ficar: Ficamos em Miraflores no Ife Boutique Hotel. A gente amou o hotel, recomendo! Excelente localização, atendimento, café da manhã a la carte especial! Muito especial! Silencioso, quarto grande e super confortável, acordávamos com passarinhos cantando, incrível! Numa área tranquila, residencial, mas a alguns passos estamos na Av. Larco e no shopping Larcomar. Não existe shopping mais bonito e com os melhores restaurantes! Já já conto mais!

Acordar com passarinhos em plena capital! Foto do site: https://www.ifeboutique.com/

Literatura: o maior representante da literatura peruana é o ganhador do prêmio Nobel, Mario Vargas Llosa, nascido em Arequipa, e de quem sou fã e já li dezena de livros. Era um sonho pra mim conhecer Miraflores, cenário de tantas de suas histórias. Meu livro favorito dele é “O Paraíso na Outra Esquina”. Leia mais aqui.

A capital peruana é litorânea, beirando o oceano Pacífico. O mar em Lima tem três funções: embelezar a cidade, o surfe e a pesca (ah! os ceviches frescos dão a Lima o título de capital gastronômica). Há parques lindos, floridos e muito bem cuidados, além da constante vista panorâmica do mar! O trânsito é caótico e os carros, tão judiados! Dirigem como loucos, falando no celular ao mesmo tempo que comem uma tangerina ou fumando um cigarro enquanto bebem uma inca cola em pleno trânsito de cidade grande. Não desmerecendo os limenhos, apenas uma curiosidade. Pessoal muito gentil e atendimento excelente em todos os lugares por que passamos. A gente se sente segura com os policias bem informados, impecáveis no trato e aparência, atentos e vigilantes. No hotel nos disseram que poderíamos andar sem medo a qualquer hora do dia.

Museo del Pisco, no centro

 

A ciclovia aqui resiste a tsunamis! Bem diferente do Rio de Janeiro. Várias sinalizações com placas de lugar seguro contra terremotos são frequentes ali. Dica de ouro: Chegando ou saindo domingo você economiza tempo. Muitas vezes fazemos planos ignorando o trânsito.

 

 

Lima tem regiões bem bonitas, com prédios moderninhos em San Isidro e Miraflores. Um bairro boêmio e colorido, Barranco e o centro histórico. No inverno as temperaturas giram em torno de 12ºC, com máximas de 20ºC no verão. Lima vive permanentemente sob um céu nublado. Surf e paragliding são esportes muito praticados por aqui.

 

 

 

 

 

Chegando: Lima é enorme, quase 8 milhões de habitantes e apenas um aeroporto, que fica a 15 km do centro. Fechamos transfer com o hotel, U$20. Caso não queira fazer câmbio no aeroporto, as casas de câmbio da Av. Larco, pertinho do hotel onde estivemos hospedados, abrem aos domingos. Na Av. Larco vc tb pode comprar um chip na loja da Claro (fecha domingo!) e pagar baratinho num chip 3G local pra ter acesso ao Google Maps. A gente não animou por causa da fila, e ficamos no mapa de papel  mesmo. Ah! o chip também ajuda para os aplicativos de táxi: Uber e Easy Táxi, os mais usados por lá. Nenhum táxi tem taxímetro. As corridas são bem baratas, combine valor  antes de dar partida.

Pássaro típico de Lima: el tordo negro

O que fazer: coisa pra dedéu! Prepare-se pra andar muito, eba!

O centro histórico: Vivenciamos o centro num domingo e gostamos bastante. Sem trânsito e movimentação agradável. Havia uma festa da prefeitura acontecendo e estava bem alegre. E ainda por cima, aos domingos a entrada às igrejas é grátis.

Plazuela San Francisco

Após fazer check in no hotel pegamos um táxi ($15) para a Plaza de Armas onde podemos vislumbrar a Catedral de Lima e dar as boas vindas na cidade brindando, eu com um  chilcano e André, com um pisco souer, no Museo del Pisco em plena praça. ¡Salud! Plaza de Armas é o local de refundação da cidade, em 1535, pelo conquistador Francisco Pizarro. Nos arredores da praça, dois conventos estão entre as construções mais antigas que resistem em Lima, são eles Santo Domingo (pra quem gosta de arte sacra) e São Francisco. Visitamos também a lindíssima Iglesia San Franciso, na Plazuela San Francisco, ao lado do Museu & Catacumbas do Convento São Francisco. Tentamos ir duas vezes às Catacumbas, onde os limeños faziam questão de ser enterrados para estar mais perto de Deus, mas chegávamos longe do horário de entrada que engloba visita obrigatória guiada. A Igreja ao lado do Convento Santo Domingo também é preciosa! Ali no centro também entramos na Casa de Literatura Peruana: biblioteca que homenageia Mario Vargas Llosa, tem exposições temporárias e um parquinho nos fundos com fazendinha. Perto dali o Museo Bodega y Qaudra conta a história de Lima. $4. De lá táxi pro hotel ($20).

Catedral de Lima

 

Plaza de Armas

 

 

 

 

 

[Museo Bodega y Qaudra]

 

 

 

 

 

 

 

[Casa de Literatura Peruana: biblioteca e exposições. Entrada gratuita]

 

 

 

 

 

 

 

[Museu & Catacumbas do Convento São Francisco e interior da igreja à dir.]

Miraflores:

Parque del Amor, Malecón de Miraflores

Em Miraflores há prédios bem moderninhos. Uma delícia caminhar por lá. O bairro abriga o shopping mais legal que já conheci, o Shopping Larcomar, pertinho do nosso hotel. Por que vale a pena visitar o Larcomar? Porque ele está debruçado no Pacífico, é uma bonita construção a céu aberto, tem vistas lindas e excelentes restaurantes, muitos deles também com vista pro mar! Confesso que nem olhei as lojas, exceto a da Converse (all star infantil caro!) porque não sou de shopping. Pra quem gosta de ler, tive dificuldade de encontrar livrarias no Peru, no Larcomar tem a Ibero.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

[Shopping Larcomar]

San Isidro (combine com almoço no Barra Chalaca)

Oliveira centenária no Bosque El Olivar

Um bairro mais requintado, arborizado e com casas bonitas. Saímos cedo do hotel e pegamos um táxi até o Hotel Sonesta, que marca o início do Bosque El Olivar. O parque tem oliveiras centenárias, são 1.500 remanescentes da Hacienda San Isidro, está cercado de lindos casarões e prédios cool, tem pracinha bucólica, parquinho, biblioteca infantil e vários bancos pra sentar e relaxar. Fomos dia de semana, estava bem tranquilo. No finde deve ser mais vibrante pra ver a vida local acontecendo.

 

 

 

 

 

 

Sobre segurança: em toda Lima nos disseram que podíamos andar pela rua em qualquer hora do dia. Policiais atentos, solícitos e bem informados e ainda, com uniformes impecáveis.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

[Alguns prédios residenciais em San Isidro]

 [Uma azeitona (aceituna) à esq. e olha ele aí de novo… el tordo negro]

De lá caminhamos até o Barra Chalaca, onde almoçamos divinamente (contaremos no post Lima: onde comer). A pé até as ruínas de Huaca pucllana que optamos por ver só de fora. E de lá um táxi para…

Barranco:

O bairro limenho da boemia, parecido com o Santa Tereza carioca, uma preciosidade, é também destino de veraneio por suas praias de areia. O táxi nos deixou na praça principal, o Parque Federico Villarreal. O cartão postal de Barranco é a Puente de los Supiros.  Talvez nossa experiência aqui tenha sido tão especial porque atraídos pela boa música que tomava conta da praça e a ponte, fomos cair no Songorocosongo, um achado! Dois homens, um ao piano, outro que cantava e tocava cajón. Este último era Hernán, o dono daquele restaurante antigo e típico, de comida peruana, aberto há 28 anos numa casa habitada já pela terceira geração daquela família. E olha, era uma gorda 2a-feira! Acabamos tomando uns piscos souer com esse limeño patriota e apaixonado pelo que faz. O restaurante abre todos os dias e tem música ao vivo todas as noites a partir de 20:30h até 1h. Se nosso almoço no Barra Chalaca não tivesse sido tão bom, estaríamos arrependidos. Em Barranco tem também o Museu Mate que não fomos. É o museu privado de Mario Testino, o bem-sucedido fotógrafo peruano de moda. Tem retratos de Gisele Bundchen, Kate Moss, Madonna, Lady Di e exposição de trajes típicos de vilarejos andinos da região de Cusco. Há também exposição temporária.

Songorocosongo: um achado em Barranco esse bar com música ao vivo e restaurante de comida peruana. Contarei em detalhes em Lima: onde comer

Bajada de Baños: descida pra praia

 

 

 

 

 

 

 

 

[Puente de los Suspiros]

Esta casa na praça Parque Federico Villarrea não está à venda! rs

 

 

 

 

 

 

 

Barranco a Miraflores a pé:

Iniciamos aqui nossa caminhada em Barranco, passando pelo Malecón de Miraflores e terminando no Rosa Náutica, com vista constante ao Pacífico

Da Bajada de Baños em Barranco, uma descida que dá no mar, viemos caminhando pelo Malecón (passeio marítimo) até Miraflores passando pelos parques beirando o oceano. Ponto alto da viagem: fim de tarde sentindo a brisa do mar, pelos parques e seus jardins impecáveis no alto da falésia e admirando a arquitetura dos prédios. Caminhamos uns 6 km por essas várias paisagens e foi lindo!  Passamos pelo Larcomar, Parque del Amor (com bancos de mosaico e a escultura O Beijo, de Victor Delfín), Parque del Faro (Farol em espanhol, onde o pessoal faz paragliding). E fomos a pé até o Rosa Náutica. Outro passeio que vale a pena, essa caminhada por pontes. Lá nos sentamos finalmente no bar e de lá, aí sim, tomamos um táxi pro hotel. Chegando ao Rosa Náutica, restaurante famosos devido a sua localização sobre um braço que entra no Pacífico,  vimos como é forte o surf no Peru. Vários surfistas, naquele frio! A praia é só pra isso, pois é coberta de seixos. Os mesmo seixos de que são feitos os calçamentos, repare!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Terminamos nossa longa caminhada sobre as falésias antes de chegar no Parque do Farol e seguimos andando ao Rosa Náutica, bela construção que chama atenção por estar estrategicamente situada num braço do Pacífico. Esse caminho a pé foi extraordinário. eu não o teria feito se não posse pelo André, um GPS ambulante. Olha só que trajeto:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Malecón de Miraflores é um magnífico parque costeiro instalado no topo das falésias de Lima com jardins extremamente coloridos e bem cuidados. Está formado por 15 parques contíguos ao longo de 5 km. Cada um tem um uso particular: quadras poliesportivas, canchas de tênis, pista de skate, espaço para leitura. Todos com ciclovia, o passeio de pedestres e vista permanente para o Pacífico. Os jardins do parque Maria Reiche recriam as linhas de Nasca; o Farol da Marina é a área de paragliding e o Parque del Amor, que lembra o Parque Güell de Gaudí em Barcelona, por seus bancos de mosaicos, abriga a escultura “O Beijo”, de Victor Delfín (o dono do hotel Second Home, em Barranco).

 

 

 

 

 

[Farol da Marina é a área de paragliding]

A pé o percurso dura umas 2h sem pressa, se preferir pedalar, alugue uma bike no quiosque Mirabici, que também oferece tours

Museu Larco (abre diariamente de 9h às 22h): museu espetacular e charmosíssimo, perto do aeroporto, uma joia,  e tem um café e restaurante à altura. Combine sua ida com um almoço na Taberna Queirolo, um clássico peruano! Nossa última parada em toda viagem ao Peru foi o Museu Larco, já que no nosso voo de volta, teríamos 8h de espera no aeroporto de Lima, então saímos e viemos aqui. Li em alguns blogs que esse teria que ser o ponto número um da viagem, mas eu digo pra vocês que esse feito fez fechar nossa viagem com chave de ouro, pois compreendi melhor tudo que  li ali no Larco, amarrando toda informação com o que vivenciei na viagem a Machu Picchu e ao Valle Sagrado!

 

 

 

 

 

 

O Larco, nome dado em homenagem ao ativo antropólogo peruano, Rafael Larco, que em muito contribuiu no acervo e nas pesquisas de civilizações pré-incas, é um museu privado instalado num palácio do século 18. O museu revela a evolução da civilização no Peru até o período em que os incas unificaram os Andes sob seu império. A sala de cerâmica erótica é muito interessante e uma oportunidade de conhecer as representações da sexualidade na arte do antigo Peru.

 

 

 

 

 

 

Sala de escultura erótica do Larco

 

 

 

 

 

Bem diferente de hoje que cultuamos o presente e o futuro, os primeiros habitantes do Peru e de muitas outras antigas civilizações, adoravam os mortos. Honravam seus deuses com sacrifícios: sangue humano. Também os homenageavam com oferendas: cerâmicas, tecidos maravilhosos, enfeites de ouro e prata e esculturas de pedras hoje exibidas como arte, mas que eram objetos cerimoniais do passado. Suas formas têm mensagens simbólicas e significados religiosos. Os tecidos peruanos eram tão valiosos quanto ouro e prata e marcavam diferenças sociais. O Peru tem orgulho de seu algodão, diferenciado até hoje. Os tecidos do sul do Peru, principalmente, são de altíssima qualidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A conclusão ao final que tiramos após visitar o Museu Larco é a de que perderam muito mais os conquistados (os incas), do que ganharam os conquistadores (os espanhóis). A quantidade encontrada de metal não era grande, mas para os antigos peruanos o que contava era seu valor simbólico (o sagrado)

Circuito Mágico da Água (3ª a domingo de 15h às 22h30): perdemos o show das luzes. Dizem que é lindo e vale a pena mesmo! O parque das águas fica no centro, no Parque de la Reserva (jirón Madre de Dios, Cercado de Lima). Trata-se da mais folclórica das atrações de Lima. As fontes são interativas: você pode passear por um túnel de água ou  brincar entre os jatos, além das fontes que dançam ininterruptamente.

Resultado de imagen para circuito magico del agua lima

Foto: http://www.puntoycoma.pe/cultura/miscelanea/opinion-realidad-del-circuito-magico-del-agua/

Polvos Azules: um taxista nos disse que é um lugar pra comprar sapatos e roupas baratos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

[Algumas amostras de prédios baixos e lindinhos de Miraflores]

Mais literatura: além de Mario Vargas Llosa, um de meus ídolos, descobri uma escritora peruana, Gabriela Wiener. Li na gravidez seu livro, “Nueve Lunas” e me apaixonei. Ela esteve na FLIP em 2016 lançando seu livro traduzido ao português, “Sexografias”, que fui conferir.

Com Gabriela Wiener, autora limeña, na FLIP!

Se apaixonou por Lima? Nós sim!

Veja nosso post: Onde comer em Lima 

        Leia aqui nossa experiência em Cusco!

Leia mais no blog Cup of Things de uma brasileira que mora em Lima.

*todas as fotos de nossa autoria, exceto as com créditos

 

 

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