Vale Sagrado: dois dias passeando por Chinchero, Moray, Maras e Ollantaytambo

El Valle Sagrado de los Incas

(Este post faz parte do nosso roteiro: Sete Noites no Peru)

[Pelas ruelas adentro de Ollantaytambo]

Viajamos em set/18 e pegamos todos os dias lindos e de céu azul. Ficamos hospedados em Cusco por 3 noites, no hotel Unaytambo Boutique Hotel, como pode ler mais detalhadamente aqui. E no Vale Sagrado pernoitamos em Ollantaytambo, no maravilhoso Hotel El Albergue. Quem nos  guiou nessa viagem inesquecível foi o espetacular Elvis (+51 948 031 340), recomendo fortemente!

André e Elvis

Para ir ao Valle Sagrado de los Incas há várias opções: tour guiado de van ou ônibus, tour guiado privado com agências, tour privado com motorista, sem guia e com guia, táxi negociado por você mesmo, microônibus (colectivos) saindo todo dia sem guia. Mande um wapp pro Elvis!

Todos os hotéis e Airbnb em Cusco já estão acostumados a guardar suas malas enquanto você dá um giro pelo Vale Sagrado e dorme fora. Ficamos uma noite em Cusco, deixamos nossas malas guardadas enquanto passamos duas noites fora e viajamos apenas com uma mochila.

Sopa de quinoa, cereal tipicamente andino

 A agricultura andina é caracterizada principalmente por milhares de tipos de batata, milho e quinoa. Comem porquinho-da-índia e carne de alpaca, que dizem ter baixo colesterol. Comi muita sopa de quinoa!

Muitos falam quechua, idioma oficial dos incas. Em algumas províncias só se fala quechua. Nosso guia Elvis era fluente em quechua e por supuesto, español.

 

 

 

Pachamama é a Mãe-Terra e o Valle Sagrado de los Incas é uma bela região do Vale de Urubamba, que se estende ao longo do rio Urubamba, de Pisaq, ao sul, a Ollantaytambo, ao norte, formando quase um triângulo com Cusco. As cidades que formam o vale são: Ollantaytambo, Pisaq, Chinchero, Maras e Moray  e você pode chegar facilmente a todas elas na cia de um guia. Essas terras cercadas por altas montanhas e por onde passam um rio são bem férteis.

O caminho de Cusco ao Vale é bonito. Em dias claros, parte da Cordilheira dos Andes enfeitará sua paisagem. Assim foi conosco!

Os passeios são fáceis de contratar, e não precisam ser fechados com antecedência. Tivemos sorte! Gostamos do taxista que nos buscou no aeroporto e perguntamos se ele nos podia acompanhar ao Valle Sagrado. Foi ele quem indicou o Elvis, nosso maravilhoso guia e fomos os 4. Eu e André atrás, César no volante e Elvis gastando seu portunhol!

¡Gracias, Pachamama!

A Pisaq, que fica a 35 km a nordeste de Cusco, o ideal é fazer um bate e volta. Não tivemos tempo para conhecer Pisaq. E pras outras 4 cidades, aí é uma viagem só, com pernoite em Ollanta. O maior mercado do Vale Sagrado acontece todo domingo em Pisaq, coincidindo com a missa mais importante da semana. 3a e 5a são dias de mercado secundário. Nada que você não possa comprar em Cusco, no Mercado de San Pedro, dizem!

Ollantaytambo é o lugar da última estação para pegar o trem a Machu Picchu. Depois de rodar por Chincheros, Moray e Maras, chegamos aqui por volta das 15h. Seria cansativo se ainda tivéssemos que subir à Fortaleza, o sítio arqueológico de lá, e o que mais te exige fisicamente porque tem que subir, subir! Dormimos no hotel El Albergue, um dos hotéis mais legais que já conheci na vida! Fica dentro da estação de trem, de onde sai o trem pra MP, o hotel é uma fazenda enorme e auto sustentável, abrigam o melhor restaurante da cidade, onde servem produtos frescos e orgânicos cultivados ali, o quarto era extremamente confortável, atendimento top e café da manhã dos deuses! Ficar hospedado no El Albergue foi um dos pontos altos da viagem. Se você não conseguir reservar pelo Booking, tente diretamente na página do hotel, aqui. Então chegamos, fizemos check in, passeamos pela cidade que é uma graça, jantamos no restaurante do hotel, é claro, e no dia seguinte, descansados, saímos cedo para desbravar a Fortaleza, onde tiramos inúmeras fotos! Chegue cedo para evitar multidões e o sol castigante. Lá fica cheio fim de tarde quando chega o pessoal que passou o dia no Vale Sagrado e depois daqui vai direto pra MP no trem noturno. Não recomendo, não!

O Hotel El Albergue fica numa grande fazenda e oferece almoço Pachamanca

Diz a lenda que os incas conseguiam carregar aquelas pedras enormes porque eram fortes.  A força vinha da mistura da bebida fermentada de milho e folhas de coca, a típica chicha morada. Após Maras e antes de Ollanta, almoçamos em Urubamba. Há vários restaurantes na região, que é, inclusive, onde estão situados alguns hotéis luxuosos do vale, como o Explora, e aqueles hotéis encapsulados nas rochas. Íamos almoçar no Puka Puka, mas como estava cheio, fomos ao Don Ángelo, nada demais, mas local agradável.

1a parada: Chincheros (a 25 km de Cusco)

Com Las Chincherinas, essas lindinhas!

Chincheros é mais alta do que Cusco, tem 3600m de altitude, mas você já está aclimatado.

Antes de chegar ao pueblo, paramos nas artesãs chincherinas para uma apresentação de como usam o algodão dos camelídeos para sua produção têxtil. Vale a pena, elas são muito queridas! Enquanto você toma um chazinho de muña (hortelã inca) oferecido por elas, ouve a apresentação, que é curta, prática, interessante e gratuita, e você pode contribuir, sem obrigação nenhuma, comprando algo delas. Mas ó, pechinche bastante!

De lá chegamos à praça de Chincheros, um vasto descampado, cercado de montanhas, enfeitado com a simples e encantadora igreja de Montserrat! Seus afrescos internos são de arte naïfs, pintados por cusqueños.

Vai um milho com queijo aí?

Foi lá que percebi que a bandeira de Cusco, é um arco-íris com 7 cores, que nem a bandeira LGBT. E onde vimos pela primeira vez os dois tourinhos coroando os telhados das casas, simbolizando sorte aos que ali habitam, costume cusqueño. No Peru tudo tem um significado.

Los Toritos de Pucara

2a parada: Moray (ingresso com o boleto turístico)

Eu particularmente fiquei encantada pelo pueblo, pena não termos parado pra tirar ao menos uma foto. Nunca havia visto algo assim, parecia um filme. O povoado parecia uma cidade fantasma, esquecida no tempo e invisível para os forasteiros, mas já foi rico pelo comércio entre Cusco e Lima. Agora não tem nem água e apenas pessoas idosas o povoam.

Moray é uma amostra da engenhosa agricultura inca. Trata-se de uma série de terraços em sistema circular de plantação de sementes, com degraus em diferentes alturas, cada degrau teria uma temperatura diferente. Uma espécie de laboratório agrícola. Nada é plantado mais ali, o local é preservado para pesquisa e visitação. Parece um estádio de tão bem cuidado que está. Só cansa se você quiser descer, a gente desceu. Mas só cansa um pouco porque depois você não precisa subir tudo, há um atalho pra voltar.

 

3a parada: Salineras de Maras (a 12 km de Moray)

As salineras são tanques de extração de sal que remontam dos tempos dos incas e vão enchendo por gravidade. Ali trabalham famílias locais. São 3 tipos de sal, o melhor, a flor de sal, crostas de sal em formato de flor, que se formam nas bordas d´água. É um trabalho árduo, sob o sol, e quando chove, a água da chuva contamina as poças e é preciso limpá-las.

É permitido caminhar sobre os tanques!

Na saída há barraquinhas vendendo sal e deliciosos chips  de banana desidratada. Aproveite aqui para comprar os saquinhos de sal que são bonitinhos para dar de presente. Senão deixe pra comprar no mercado San Pedro, em Cusco, embora aqui seja mais barato.

Mergulhe seus dedos num tanque e veja a água evaporar em segundos deixando seu dedo branco e salgado.

Por fim, chegamos a Ollantaytambo onde iríamos pernoitar. O Elvis ainda poderia nos guiar na Fortaleza, mas como íamos passar a noite e portanto, não havia pressa, preferimos dispensá-los, ele e César, fazer o check in naquele hotel maravilhoso e pegar o fim de tarde passeando pelas ruelas da última cidade do Valle Sagrado.

La Fortaleza

Ollantaytambo

A 70 km de Cusco, Ollantaytambo (Ollanta para simplicar; diga ‘Oianta’) é uma pequena joia pela qual a maioria dos visitantes passa apressada demais. Pouca gente passa pela parte antiga da cidade, que segue o mesmo traçado dos tempos incas. Pernoitar aqui é crucial. como podem ver pelas fotos maravilhosas que abrem este post feitas pelo André.

Ollantaytambo está a 2.800 m de altitude, 600 m abaixo de Cusco. Mesmo assim use os tuk-tuks para subir e descer a avenida del Ferrocarril, que fica entre o hotel e a estação de trem e o centrinho.

Café da manhã de novela no Hotel El Albergue

Mais do centrinho!

 

 

E pra finalizar, a Fortaleza, outro belo legado dos incas. Como disse acima, exige esforço porque é subida. Vai dando aquele calor, mas chega lá em cima,é frio de congelar os ouvidos! A Fortaleza era uma espécie de albergue dos incas, onde eles paravam para descansar. Um templo com casas, ruas e canais no qual se destaca o Templo Sol. Observe do outro lado, os silos incas, onde armazenavam alimentos, ali era mais fresco, ideal para conservá-los. Uma das montanhas por ali também, se você procurar com atenção, tem formações rochosas que aparentam  ser um rei de barba e coroa! A gente custou, mas viu! Foi o Elvis quem nos deu essa informação. Enriquece se contratar um guia.

Entrada

[Templo do Sol: olha o tamanho dessas pedras e a perfeição de seus cortes e encaixes. Incrível!!]

 

De lá, fomos almoçar, catamos nossas coisas no hotel e subimos no trem rumo a Aguas Calientes. No dia seguinte veríamos Machu Picchu.

Todas as fotos de nossa autoria, as mais belas, sempre do André!

 

***

Ainda não usou o Airbnb? Cadastre-se por este link aqui e ganhe R$130 em créditos de viagem!

Se optar pelo Booking, use este link aqui. Você não paga nada mais por isso e me ajuda a manter o blog. Obrigada!

***

Esta entrada foi publicada em Peru e marcada com a tag , , , , , , , , , , , , , . Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *