Deserto do Atacama – Chile

Post escrito por minha amiga Lia Frota E Lopes. Viagem feita em abr/2017.        Todas as fotos são de sua autoria. Voe pela Latam até Calama. O voo do Rio faz conexão em Santiago. Mamão com açúcar!

Fazendo as malas! O que levar (06 dias):

– 3 shorts (02 de ginástica, um jeans) ou bermudas para os boys. Isso se for verão! No inverno não usei nenhum short… Mas leva um pelo menos pra piscina…
– 6 camisetas (regata e não). Dri fit são bem-vindas
– 1 biquíni ou sunga
– 1 toalha / canga
– 1 jaqueta leve , tipo windbreaker
– 1 par de tênis confortável e que possa sujar bastante
– 1 bota para o frio (eu não tinha. Peguei emprestado com a agência quando fui escalar o Vulcão. Mas não conte com isso… Enfim, aquelas botas de trekking podem substituir o tênis

–  6-7 pares de meias para usar com o tênis
– 1 chinelo
– 1 par de sapatilhas ou qualquer sapato confortável e limpo (para voltar usando no avião)
– óculos de sol + boné e/ou viseira
– 1 cachecol (simmm!! Vai fazer frio!)
– 1 protetor de orelha
– 1 casaco pesado
– 1 blusa de lã
– 1 meia calça grossa ou ceroula
– 1 calça confortável para os passeios (cor escura, porque vai sujar!)

– 1 calça jeans para noite ou para o voo de volta

– 3 leggings ginástica (o que mais usei!)

– 1 ou 2 Casaquinhos leves e/ou blusinha de lã para noite

– 4 tops ginástica

– camisola/pijama

– Lingerie para 6 dias
– 1 mochila pequena para carregar câmera, jaqueta, água e alguns cosméticos durante o dia

– Protetor solar bem forte para corpo e rosto

– Muito creme hidrante. O Atacama é o deserto mais seco do mundo!

– Manteiga de cacau: seu melhor amigo no Atacama! Minha boca voltou toda ferida!

– Esqueça maquiagem, esqueça vestidos!

Ah, levei umas barrinhas de cereal, umas comidinhas assim para levar nas trilhas, pois não sabia como eram as vendas da vila. Lá tem sim coisas para comprar, mas se quiser economizar e garantir que terá uma coisa boa para comer nos intervalos, é uma boa dica.

Leve reais, o câmbio é melhor. Dá para fazer o câmbio no aeroporto de Santiago.

Como chegar:

Como chegar no Atacama: Vá de avião até Calama. De lá, pegue um transfer para San Pedro de Atacama (aprox. 100km de distância / 1:30h). Logo no desembarque você irá encontrar as empresas que realizam esse transfer. Ou, se preferir, faça a reserva antes por e-mail. O pagamento deverá ser feito na hora (20.000 pesos, aprox. R$100 ida e volta). A empresa que eu peguei funcionou direitinho, me buscaram no hotel na volta na hora marcada, sem problemas.

Na Vila / San Pedro de Atacama:

San Pedro de Atacama é uma vilazinha de aproximadamente 8.000 habitantes (e outros tantos cachorros! Surreal a quantidade de cachorro nas ruelas e pracinha. Encontrei até um Basset Hound!) Tudo acontece ali no centrinho, próximo à rua Caracoles. As agências de passeios, restaurantes e albergues estão ali. Tudo com chão de terra, bem simples. Eu achei uma graça! Você só anda a pé ou de bicicleta pela vila. Os carros pertencem às agências e autoridades locais.

Onde ficar:

São inúmeras as opções de hotéis e albergues no Atacama. Você pode ficar num resort pagando R$30.000,00 por semana (all inclusive, até os passeios), Tais como, Tierra Atacama, Alto Atacama e Explora . Ou dividir um quarto num hostel, pagando US$50. O importante é saber se o local é seguro e o que cabe no seu bolso.

Eu fiquei num hostel boutique chamado Pueblo de Tierra. Fica a uns 10minutos andando do centro. Quarto individual, bela cama de casal, TV enorme, piscina, café da manhã simples, wifi. O pessoal do hostel era bem gracinha, em especial as duas garotas da recepção. Se não quiser sair para jantar você pode pedir um sanduíche farto e gostoso na piscina! Bem estilo pousada-chique. Paguei um pouco mais que USD 100 a noite + taxas. A reclamar apenas o fato de que justamente na semana que estivemos ali a piscina ficou interditada para reformas! O dono ofereceu que usássemos a piscina do hostel ao lado, mas achei meio trabalhoso ficar andando pela rua para curtir outra piscina. Pedi que fizessem um desconto, pois realmente a piscina desse hostel chama a atenção e fiz a reserva aqui para relaxar nela! Mas ele não aceitou. Enfim, outra dica que dou: não feche os passeios pelo hotel. Vá direto na vila e feche nas agências. Ficará muito mais fácil negociar descontos e você será certamente mais bem informado sobre o que vestir, etc. Fizemos os 2 primeiros passeios por uma agência que o Javier do Hostel fechou e não foi legal: 1) ninguém nos informou que faria -3oC. no Salar de Tara e passei muito frio; 2) descobri que todo mundo teve desconto porque fechou com eles direto, e nós não… Fora isso, o hostel é bem ” justo”, entregam o que está nas fotos e ele é melhor que os mais baratos na vila.

No último dia nos mudamos para o Hotel Pascual Andino, pois decidimos ficar uma noite a mais e não tinha lugar no Pueblo de Tierra. Lá é mais caro (aprox.US160 a diária) mas não achei que vale a diferença. O hotel é bem no centrinho. Isso é uma vantagem. Porém, a calefação não estava funcionando e tive que pedir para aumentarem a temperatura da água do banho. Lembre-se que à noite, no deserto, faz FRIO! Fomos MUITO bem atendidos pela equipe do hotel, mas achei o preço salgado. Em comparação ao hostel anterior, seguem prós e contras:

– No Pascal Andino os quartos têm uma varandinha particular, o que é bem simpático. O banho é muito melhor que no outro hotel (depois que pedi para aumentar a temperatura da água), mas o quarto não tem TV.

– A piscina do Pueblo de Tierra é bem melhor! O hotel fica mais afastado do centro que o Pascal Andino. No entanto, estamos falando de uma caminhada de 10 minutos. O café da manhã é mais simples aqui que no outro.

Onde comer:

Os restaurantes estão todos no centro da vila. Sugiro: Las Delicias de Carmen (Comida local. Um prato sai por volta de R$50 mas dá pra dividir! A comida é gostosa, mas um pouco gordurosa. Eles têm o prato “ao pobre”que pode ser frango ao pobre, peixe ao pobre ou carne ao pobre, que é a carne, mais batatas fritas, mais um ovo por cima! Todo restaurante tem isso.) Veja o menu e preços.

Coma quinoa. Tudo de quinoa que comi (crua, cozida, quente, fria, com peixe ou sem nada) estava MARAVILHOSO.

Outros restaurantes: La Casona (comida menos gordurosa, mesmo preço, mais arrumadinho) e Adobe (mais caro, fique nas entradas que são especiais e mais requintadas).

À noite: fomos a um bar, Barros, onde se pode beber pisco ou mojito e ouvir música ao vivo. Na grande maioria dos bares é preciso que você coma para que possa consumir bebida alcoólica. As comidas não são lá grandes coisas. Ouvimos falar, mas não fomos, ao Mal de Puna e na única choperia da vila. Tudo ali no centrinho.

Agências:

Vamos lá! O sucesso da sua viagem ao Atacama depende da agência que você escolheu para realizar seus passeios. Primeiramente, não pague pelos passeios antes de chegar lá, pois você irá perder a oportunidade de fechar belos descontos sendo“ao vivo”. Se fechar várias atividades num só lugar dá para negociar bem.Vou falar das agências primeiro e depois detalho cada passeio. Todas possuem um preço idêntico. Portanto, o que importa é que seja bem atendido, que os guias sejam legais, que sejam pontuais. Enfim, que o serviço seja bom!

– Guia particular: O 1º. passeio que fizemos contratamos um guia particular (Pedro, tel: +56 9 98819423). Ele é um fofo! Tem carro, nos pegou no hotel e fomos ao Vale da Lua assistir ao pôr-do-sol. Como era um passeio menor, achamos que valeu a pena! Ele depois nos levou a um supermercado dos locais onde compramos vinhos por um preço MEGA barato! Principalmente se comparado aos preços da vila. Pagamos 70.000 pesos (R$340 para DUAS pessoas. O valor individual é metade disso). O preço normal seria 15.000 pesos por pessoa. Foi incrível. Ele nos levou ao melhor lugar das dunas para assistir ao pôr-do-sol, onde pouca gente vai.

–Agência Flamingo: preços “da tabela”. Eles nos levaram ao Salar de Tara no 2º. dia da viagem. Foram pontuais, a guia, uma russa (Margarita), muito simpática. Porém, pegamos -3oC e não estávamos preparados! Como fechamos o passeio através dohostel, pode ser que passem essa informação quando se vai pessoalmente. Demos azar. Aliás, IMPORTANTE: Não fechem os passeios com as pessoas dos hotéis! Vá diretamente à agência.  De qualquer forma, um casal de amigos fechou a maioria de seus passeios com essa agência e eles acharam tudo bem. Durante os passeios de dia inteiro, oferecem café da manhã e/ou almoço. No caso a Flamingo, era tudo bem simples. Mas algumas pessoas que foram com a gente falaram que mesmo sendo simples era bem melhor que de outras agências que tinha experimentado! Então, acho que essa agência é tipo segura: você paga pelo que recebe.

– Agência Ayllu: Bem, quando estávamos lá no meio do Salar de Tara, com frio, e vimos a van dessa agência, toda bacaninha, turista comendo ceviche, taças de vinhos nas mãos, sentados numa mesa que dava para o cenário mais espetacular do mundo (a gente almoçou em pé, ou então dentro da van para fugir do frio!), pensamos: temos que procurar essa agência quando voltarmos para San Pedro. E assim o fizemos. Lá fomos recepcionados em português por 2 garotas simpáticas (dessas que foram fazer um curso de 1 mês de espanhol em Santiago e nunca mais voltaram pra São Paulo, hahaha) e fomos incrivelmente bem atendidos. A agência é de um chileno que foi casado com uma brasileira e, por isso, tem os turistas brasileiros como público alvo. Na verdade, 90% dos turistas que vão ali são brasileiros! Há muitos diferenciais que, obviamente, refletem no preço. Guias MUITO bem treinados (são gentilíssimos, falam português, todos sabem fotografar muito bem – com a sua câmera! Portanto, você fica com fotos incríveis), a comida (seja o café da manhã, ou o almoço ou lanche ou drinks, são demais!), eles oferecem roupões quando o passeio inclui nadar, te oferecem  roupa de frio se precisar em algum passeio (nós escalamos um vulcão e eles me vestiram da cabeça aos pés. Mesmo! Até a bota de trekking!!). Os passeios sairão o dobro do preço dos outros, mas, negociando, conseguimos baixar uns 40%. Vou falar sobre os preços de cada passeio em geral, em comparação com o que pagamos nessa agência, nas informações sobre cada atividade a seguir.

Passeios (na ordem em que fizemos):

1º. dia: Valle de La Luna

Essa é uma boa opção para ser a “abertura” dos passeios no Atacama. O Vale da Lua fica perto de San Pedro, tipo uns 25km, e você irá de carro, à tarde, para poder pegar o pôr-do-sol lá que é demais.  Saímos do hostel umas 14h e voltamos já à noite, tipo 19h. O Vale é, na verdade, um parque, cujas terras pertencem aos índios. Portanto, ao chegar lá, você deverá pagar a taxa de entrada, ou ingresso, de aprox. 3.000 pesos. Na verdade, quase todos os passeios que você fará no Atacama deverá ter a taxa do ingresso em separado. As agências não recebem nada por isso, o pagamento deverá ser feito imediatamente na entrada dos locais. Se você for animado e esportista, pode ir de bicicleta até lá também. Muita gente faz isso.

Ao chegar, você irá se deparar com as dunas, com as pedras de sal (que fazem tudo parecer neve), chamadas de “Cavernas de Sal”, com alguns monumentos naturais, e vai certamente ficar boquiaberta com o que eles chamam de “Anfiteatro”. No finzinho do dia, suba à duna que fica em frente ao Anfiteatro para assistir ao sol se pondo.

Esse é um passeio mais leve, mas já dá para ir se aclimatando com a geografia do lugar.

Importante: Leve protetor solar, água, muita água. Altitude: 2.487m

2º. dia: Salar de Tara

Valor: 50.000 pesos por pessoa. Aprox. R$240.

No segundo dia resolvemos fazer o Salar de Tara, que é um dos cartões postais desse lugar! O passeio dura o dia inteiro (saímos por volta de 6am e retornamos às 4pm) . A agência normalmente te busca no hotel. Como falei anteriormente, esse passeio foi o que passamos MUITO frio por não termos sido bem orientados sobre a temperatura. Pegamos 3 graus negativos de cara, na 1ª parada para tomar café da manhã e eu estava sem luvas, sem gorro e com legging de ginástica! Depois de tomar café (simples: pão, café e manteiga) olhando para o vulcão Lascar – no meu caso fiquei dentro do carro – seguimos para as demais paradas do passeio. O lugar é surreal de lindo. Mesmo! Lamentei muito não estar mais agasalhada para fazer algumas caminhadas.

Importante:

• Não tem banheiro por lá. Você vai se acostumar ao que chamam de “ banheiro Inca”…. Relaxe!
• O Tara está a uma altitude de 4.300m. Isso é MUITO. Evite movimentos bruscos e beba muita água. Estamos falando do deserto mais seco do mundo.
• É muito importante que nesse início da viagem (2º dia, no meu caso), você se aclimate com a altitude. Isso vai garantir que não passe mal e aproveite mais os passeios;
• Tire muitas fotos das Catedrales de Tara, incrível!

Por volta de 13h fizemos mais uma parada com as demais agências e fomos almoçar (tortillas, feijão, um vinhozinho mais ou menos, rs, e salada). Depois seguimos pelo Salar e visitamos os monumentos naturais e é quando a gente percebe a grandiosidade do deserto.

A agência nos deixou de volta na vila por volta de 16h.

 

Tour Astronômico

Valor: 20.000 pesos por pessoa. Aprox. R$100.

Boa opção de passeio para um dia leve. A agência vai te pegar no hotel e te levar para o local onde você irá observar as estrelas. O céu do deserto é lindo demais! A agência que pegamos, Observatorio Licanantay , tinha apenas 1 telescópio. Porém, além do guia ser bom e nos servirem chocolate quente, eles tiram fotos suas com as estrelas. Se quiser foto “ privada” deverá pagar 4.000 pesos. O que acontece é que se precisa de um diafragma aberto por mais de 30 s. para poder captar a imagem. Portanto, mesmo com a minha câmera, que é muito boa, sem tripé e muita paciência, a foto não sairá legal. Se é que vai sair alguma coisa! Com o único telescópio que eles têm deu para ver Vênus e todas as constelações.

A agência mais bem preparada do Atacama para esse passeio chama-se Space Bus e cobram exatamente o mesmo preço que paguei na outra (como eu falei, é tudo tabelado por lá). Mas me disseram que eles não tiram essa foto e algumas pessoas passaram um bocado de frio.

Importante:

• Agasalhe-se, pois a temperatura à noite cai demais no deserto;
• Fotos de celular não vão sair
  • Esse passeio não precisa ser intermediado por outra agência! Quando for fechar os pacotes na vila, para os passeios grandes, deixe esse de fora e reserve-o diretamente com quem é especializado nesse tour. Senão você vai acabar pagando pela comissão de alguém!

 

 

3º. dia: Piedras Rojas com Lagunas Antiplânicas (Miscanti e Miñiques)

Valor na maioria das agências: 50.000 pesos por pessoa. Aprox. R$240 (mais a entrada no parque de 3.000 pesos)

-Valor com agência Ayllu: 95.000 pesos por pessoa. Aprox. R$440 (mais a entrada no parque de 3.000 pesos) – Após negociar, pagamos 70.000 pesos cada um, ou R$32.

Observações sobre o preço:

• Apesar de pagar R$100 a mais que nas demais agências, tínhamos as refeições (café da manhã e almoço com vinho) incluídas. A qualidade das refeições não dá para comparar com a das demais.
• Eles iniciam o passeio 1 hora antes que as outras agências, de forma que você chega nos lugares quando ainda não tem absolutamente ninguém. Ou seja, fotos mais lindas! 🙂
• Eles param em 2 lugares “ extras”, um deles o Trópico de Capricórnio, onde você vai registrar aquela imagem da estrada e o vulcão ao fundo 😉

Vamos lá! Dessa vez então fechamos com uma agência mais cara. Sem arrependimentos. Valeu muito. Nos pegaram no hostel às 6am e mais ou menos 2 horas depois chegamos em Piedras Rojas, sem ninguém, e tomamos café olhando para a Lagoa Tuyaito e para o vulcão! Isso tudo com o sol nascendo. Seguimos pelo Salar de Tara até as lagoas antiplánicas (meñiques e miscanti). Esse talvez tenha sido dos lugares que mais amei no Atacama.

No caminho, encontramos coelho selvagem, raposa, vicuñas… parecia um safári! O grupo que foi com a gente era bem legal e o guia, Sebastian, foi incrível. É comum encontrar os flamingos por aqui. No entanto, demos azar: a época que fui é o período migratório e eles estavam todos na Bolívia :-/

No retorno, fizemos a parada no Trópico de Capricórnio e passamos pelo vilarejo de Socaire, que tem uma igreja de 1860 anos, de pau a pique (ou adobe…). Pitoresco! As outras agências param lá para almoçar. Nós almoçamos no hostel da Ayllu, já na vila, quando chegamos, por volta de 14:30h.

• Vá agasalhado, pegamos temperatura negativa quando chegamos lá;
• Altitude: 4.160m. Evite movimentos bruscos!
• Levar água, agasalhos, óculos de sol, etc.
• Você vai ficar cansado depois do passeio. Não sugiro agendar nenhuma outra atividade para essa tarde.

 

4º. dia: Termas de Puritama

Valor na maioria das agências: 30.000 pesos por pessoa. Aprox. R$150 (mais a entrada no parque de 9.000 pesos durante a semana e 15.000 pesos no fim de semana)

-Valor com agência Ayllu: 55.000 pesos por pessoa. Aprox. R$255 (mais a entrada no parque de 9.000 pesos durante a semana e 15.000 pesos no fim de semana) – Após negociar, pagamos 42.000 pesos cada um, ou R$210.

Observações sobre o preço: Ah… teve roupão felpudo ao sair da água quente e se deparar com o frio de 5 graus, depois ceviche preparado na hora com vinho branco e, de brinde, demos a sorte de sermos guiadas pelo dono da Ayllu que liberou nosso acesso à exclusiva piscina (a 1ª delas) termal do Hotel Explora. Sim, acredite, o resort tem uma das piscinas termais fechadas só para seus hóspedes. E, diga-se de passagem, por ser a primeira das 8, ali a água é 2 graus mais quente e é tão maior que as outras que se pode nadar de braçadas! Ou seja, a natureza é sim mais bonita para quem tem mais dinheiro, hahaha. Foi nessa piscina que fizeram aquelas fotos incríveis debaixo d´água, com o dome. O dono da Ayllu, Mike, nos emprestou.

Sobre o passeio: me pegaram no hostel tipo 8:30am. O Termas fica perto de San Pedro, uns 40min de carro. Chegando lá, é o seguinte: são 8 piscinas cuja temperatura média da água é de 33,5oC. Quanto mais você descer, mais fria ficará a água. Sinceramente, fique direto na 3,4 e 5, que têm queda d´água delícia! A ordem do dia é relaxar!  Os guias, Mike e Dani, prepararam um almoço surreal e tiraram milhares de fotos ao longo do dia. Acho que todos os guias dessa agência sacam de fotografia. Enfim, eu talvez deixasse esse passeio para o último dia, pois realmente é um passeio apenas para descansar. Muito lindo. Retornamos ao hostel por volta de 13h.

Importante:

• Biquíni ou sunga por baixo da roupa, lá tem vestiário com armários SEM cadeado;
• Altitude: 3.550m
• Levar: chinelos!!! Não se esqueça! O chão de pedras entre uma piscina e outra pode te congelar.
• Leve também pente, creme pro cabelo.
• Peguei uns 5-10 graus de temperatura. O vento incomoda um pouco. Leve toalha se não te providenciarem um roupão. Aliás, a toalha é útil de qualquer forma.
• Algumas pessoas fazem um trekking antes de chegar às termas. Acho que é aprox. 1 hora caminhando (a van te deixa com o guia na metade do percurso) até chegar nas termas. Quem foi, gostou. Eu só queria não fazer nada.
• Por ser um passeio leve, vale fazer outra atividade à tarde.

– Laguna Cejar com Ojos del Salar e Laguna Tebinquiche

Valor maioria das agências: 30.000 pesos por pessoa. Aprox. R$150 (mais a entrada na Laguna Cejar 15.000 pesos durante e 2.000 pesos na Tebinquiche)

-Valor com agência Ayllu: 55.000 pesos por pessoa. Aprox. R$255 (mais a entrada na Laguna Cejar 15.000pesos durante e 2.000 pesos na Tebinquiche) – Após negociar, pagamos 42.000 pesos cada um, ou R$210.

Observações sobre o preço:

Além do roupão felpudo que virei fã, hahaha, tivemos um guia muito bom (Mario). Ele nos levou para as lagoas que não tinham absolutamente ninguém e conseguiu registrar imagens maravilhosas de cada um. No fim da tarde ele nos ensinou a fazer pisco e a noite foi de happy hour.

Esse talvez tenha sido um dos passeios mais lindos. Primeiro porque, finalmente, não senti frio! As lagunas estão a 2.300m de altitude e, portanto, é bem mais quente que nos outros lugares.  Saímos da agência por volta de 15:45h e fomos direto para a Laguna Cejar, que tem 49 metros de profundidade e não é possível afundar por conta da quantidade de sal na água. A lagoa reflete os vulcões ao fundo e é bonito demais (Licancabur, o mais lato da região). A água é fria, mas se você não se mexer muito, rola de esquentar com o calor do sol, já que você estará sempre na superfície. Lembre-se que você só boia, impossível afundar.

Ah! Não molhe os cabelos. Você sairá da água absolutamente branco de sal. No cabelo é uma chatura para tirar. Acho que as fotos mais bonitas da viagem (se é que dá para escolher alguma), foram feitas aqui.

De lá fomos direto para o Ojos de Salar, que são 2 poções fundos, de água doce, e você precisa dar um pulão de 2m de altura pra cair lá dentro. A temperatura da água é uns 18oC, ou seja, que nem o mar do Rio. Ali você consegue tirar o sal das lagunas.

Finalmente chegamos à Laguna Tebinquiche para apreciar o pôr-do-sol nas cordilheiras que variam desde dourado ao roxo. Indescritível!! A cordilheira literalmente muda de cor. Fizemos um passeio de cerca de 30 minutos por ali e terminamos tomando pisco no finalzinho do dia. Voltamos ao hostel cerca de 21h.

Importante:

• Biquíni ou sunga por baixo da roupa, lá tem vestiário para tirar o sal da lagoa, caso não queira dar o pulão no Ojos del Salar;
• Altitude: 2.300m.
• Levar: chinelos, creme hidratante e escova de cabelo
• Por ser um passeio leve, vale fazer outra atividade na parte da manhã.

 

 

 

 

 

5º. dia: Cavalgada Valle de laMuerte e Valle Catarpe

Valor: 50.000 pesos por pessoa. Aprox. R$240 (mais a entrada no parque do Vale da Morte de 3.000 pesos)

Aqui fizemos com outra agência. O passeio a cavalo não é uma atividade que todo mundo faz, então se tiver interesse, deve procurar as agências especializadas. A que usamos foi a Atacama Horse Adventure, que fica localizada ali no centrinho, perto de tudo. Eu fiz uma pesquisa ainda do Brasil e já tinha mais ou menos escolhido o que eu queria fazer quando cheguei aqui.

Fechamos o passeio de 5, 6 horas, saindo às 9h, da agência. O passeio inclui a trilha saindo do Rancho (5 minutos do centro) pelo Vale da Morte e pelo Catarpe. SIMPLESMENTE SURREAL DE TÃO LINDO! Bom, sou muito acostumada a andar a cavalo, desde pequenina, e posso dizer que os cavalos aqui são mansinhos. A empresa preza pela segurança, apesar dos guias não darem nenhuma orientação prévia. São 2 guias com o grupo (9 pessoas), um na frente, o dono da agência, MUITO antipático, e uma estrangeira recém contratada que ia no final da tropa. Ela sim, uma graça. Fomos acompanhados da cadelinha dele, a Luna, por todo o circuito. Disse que ela anda cerca de 25-30km por dia!

O ápice do passeio é a vista e a descida pelas dunas do deserto. Muito legal mesmo. Uma forma absolutamente maravilhosa de conhecer mais sobre o Atacama. Eu e meu marido tentamos fazer cavalgadas em toda viagem internacional, desde as praias da África do Sul às do Brooklyn em NYC (sim, NY tem praia!!), passando pela Via Ápia de Roma e outros caminhos maravilhosos. Por isso dá para comparar bem… O que posso dar de dica aqui é que passear pelo Atacama na cia de um cavalo pode ser muito mais especial do que você imagina. Meu cavalo, o SDS, ou Solo Dios Sabe, haha era um fofo e a conexão que se cria entre cavalo x cavaleiro / amazona é tão forte que já vale a pena. Sem falar que você vai ter acesso à uma paisagem que nem carro, nem moto, apenas poucos poderãochegar.

Importante:

• Calça confortável, meia grossa para proteger bem a canela, blusa de frio e uma camiseta por baixo, pois a temperatura vai oscilar entre quente e frio durante o dia;
• Altitude: chegamos a 3.100m
• Levar: protetor solar, labial
• Levar um lanche para a parada. Eles não providenciam almoço;
• Levar água, os cavalos têm alforje, dá para colocar dentro;
• A empresa vai te dar um chapéu/capacete de montaria e os cavalos são muito bem selados.
• Passeio termina na hora do almoço, mas talvez você queira descansar essa tarde caso não esteja acostumado a montar. Separe o dia para essa atividade.

6º. dia: Volcán Lascar

-Valor com agência Ayllu: 170.000 pesos por pessoa. Aprox. R$780. Após negociar, pagamos 120.000 pesos cada um, ou R$560.

Tchan, tchan, tchan, tchan! Deixamos o melhor para o final. Substituímos a visita aos Geisers (sinceramente, pegar -15º pra ficar 40 minutos não me atraiu… sem falar que já conheço os Geisers da Nova Zelândia e pretendemos, aí sim !!, visitar os Geisers Islândia, há!

Então, já estava tudo fechado para o passeio dos Geisers e voltamos à agência pedindo sugestão de passeio para substituir… nos indicaram isso: subir o Vulcão Lascar, que é o único vulcão ativo dali, 5.700m de altitude. Topamos na hora! Como eu estava absolutamente despreparada de roupa para esse tipo de atividade, conversamos com o dono da agência que agendou uma reunião com a gente naquela noite para instruções sobre o que comer na véspera, o que esperar do caminho, etc. Nessa reunião de emprestaram tudo. Digo, TU-DO: protetor de vento no rosto, bota, gorro, casaco pesado. Para o passeio, o Mike (guia) levou as garras para caminhar na neve, óculos de esqui, capacete, luvas de esqui. Frio não seria problema.

O negócio é o seguinte, são 7 km ida e volta, tipo 2h e pouco para subir e 1h para descer (fomos bem). No caminho a gente faz uma parada mais longa e abastece de nuts, Gatorade e descanso. São 230m de inclinação, 60km de vento, ar rarefeito (chegamos lá em cima aos 5.700m), frio (pegamos -4o) e os perrengues do caminho (terreno arenoso, depois neve, dificuldade de respirar, etc.). Mas olha, dá pra subir numa boa. Nos primeiros 1.000 metros que subimos estava SUPER tranquila. O “bicho pega” é mais no fim. A gente sobe uns 1.600m. Perrengue, mas pura alegria e emoção quando chega na cratera! O cheio de enxofre também é forte, mas você nem sente quando está no topo. Chorei, admito! É DEMAIS! UMA DAS COISAS MAIS SENSACIONAIS QUE JÁ FIZ NA VIDA.

O passeio começa tipo 6am, às 9h começamos a subir, chegamos lá por volta de 11h e voltamos. Chegamos de volta na vila às 14h, exaustos, mas muito felizes!

Pra terminar, onde comprar vinho: Mercado Eca 😉

Desfrute!

*Post escrito pela Lia Frota E Lopes. Todas as fotos são de sua autoria.