Cartagena das Índias – Colômbia

Este roteiro faz parte de 10 dias na Colômbia.

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¡ Hace calor, hace calor!

Adoramos Cartagena, ¡muy hermosa! Mesmo estando melados durante boa parte do tempo por causa do calorsh. Por isso batemos ponto todo final de tarde no Café del Mar. Já conto!

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Café del Mar

Onde ficar:

Estivemos lá no final de agosto/15, por 4 noites e ficamos hospedados dentro da muralha, no centro antigo, que é onde há de se ficar, no Hotel Makondo. Só porque eu sou fã do Gabriel García Márquez e o hotel além de ter este nome, referência à cidade fictícia de “Cem Anos de Solidão”, fica ao ladinho da casa dele. Uma pena ele não estar mais entre nós desde o ano passado, seria emocionante só pensar na possibilidade de cruzar com ele naquelas ruas de balcões floridos, ah!

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[Nosso quarto e varandinha pra casa do Gabriel!]

O hotel é simples, mas uma graça! E o mais importante: o ar condicionado do nosso quarto era bem potente e a cama, boa. O café da manhã era frugal, mas simpático, na verdade, ideal. Cada dia um suco de fruta diferente, a melhor parte!

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Rua do hotel

Os hotéis de luxo de lá são três: o Sofitel Santa Clara, que era um antigo convento, http://www.sofitel.com/es/hotel-1871-sofitel-legend-santa-clara-cartagena/index.shtml; se por acaso ficar lá, pode ler “De Amor e Outros Demônios”, a história se passa no convento; Hotel Casa San Agostín e o Hotel Charleston Santa Teresa, embora esse, eu tenha achado um pouco exagerado/afetado.  Fora desta lista aí, mas sofisticado, gostei muito do Bóvedas de Santa Clara.

Faz muito calor em Cartagena, nós sugerimos de coração, que você reserve um hotel com piscina! E se você ficar num hotel com piscina, não precisará fugir pra nenhuma praia, que as dali não são bonitas, nem se enfiar em nenhum programa bazófia pra te levar de barco pra uma mais afastada melhorzinha.

Transporte: o aeroporto fica próximo, há 4 km da cidade amuralhada e um táxi custa de 10 a 12 mil COP (R$13). Os trouxas aqui pagaram U$10. Hahaha! Faz-se praticamente tudo a pé na cidade. Vou colocar ao longo do post os valores dos táxis que pegamos. Eles não têm taxímetro, você combina antes o preço, é praxe. O meio de transporte mais usado pelos turistas dentro do centro antigo é a charrete, elas não param, mas nós não utilizamos porque acho que eles abusam dos cavalinhos.

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[À direita vê-se uma chiva rumbera: à noite enche de gente com drinks e rumba a bordo]

Segurança: cidade super segura, pode andar à noite tranquilamente dentro da cidade amuralhada.

O que fazer:

Cartagena de Indias proclamou sua independência em 1811, após 278 anos de domínio espanhol. As ruas são lindas, estreitas e de casas tipicamente espanholas com varandas repletas de flores.

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IMG_2057A Muralha, ponto alto da cidade e o que a faz ter todo esse charme, tem aprox. 12 km de extensão e data da colonização. Foi construída para espantar inimigos piratas interessados no rico comércio local. É possível caminhar por ela, em cima dela… De um lado você vai ver todo o mar do Caribe e a parte moderna da cidade, Bocagrande, do outro, o bairro histórico e suas casinhas coloridas. A cidade amuralhada abarca 16 praças ao todo e casas coloniais bem conservadas.

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É isso mesmo, demos tanta sorte que pegamos lua cheia! O programa na cidade é andar pela cidade velha, ir todos os dias à muralha e passear um dia por Getsemaní (fotos abaixo), antigo bairro dos escravos, tudo a pé. Este bairro tem muitos hostels, mas ele não fica tão coladinho na muralha, como onde ficamos. O bom de você ficar no centro antigo é que pode ir toda hora em casa tomar uma ducha.

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Iglesia de la Santísima Trinidad

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Um passeio bonito é voltar da muralha a pé (¡por supuesto!) pela Calle San Juan de Dios até a Plaza San Pedro Claver (fotos), que achei a praça mais bonita da cidade. A segunda praça mais bonita, pra mim, é a da Aduana.

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Tivemos a sorte também de passar final de semana lá. Vimos casamentos na sexta e no sábado. As noivas chegando de charrete, todo mundo na pompa, mulheres de longo, daminhas  e homens vestindo ternos brancos.

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Iglesia San Pedro Claver

Se ainda não leu “O Amor nos Tempos de Cólera” agora é a hora. A história se passa em Cartagena. Olha a casa da personagem Fermina Daza, na Plaza Fernández de Madrid ♥:

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Plaza Fernández de Madrid

E todos os trajetos do Juvenal Urbino atrás dela pela Torre del Reloj, Portal de los Dulces e Portal de los Escribanos. Aproveitando: tem várias casas de câmbio por ali.

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Torre del Reloj

IMG_1814 IMG_1815[Portal de los Dulces]

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Plaza de la Aduana

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Plaza Bolívar

Tem um roteiro (recorrido) Gabriel García Márquez feito pelo Tierra Magna com 35 paradas. Não paguei pra ver, porque no hotel não sabiam informar e o André não fazia a menor questão. Se eu me arrependi? É claro que sim! E-mail: comercial@tierramagna.com Há dois pontos de venda: C.C Bocagrande, Lc.209 e outro no Castillo de San Felipe. Veja aqui o site dos “recorridos”.

Na Plaza Santo Domingo tem uma escultura do Botero (afinal, ele é paisa!), “La Mujer Reclinada”, mas os cartageneros a chamam de “La Redonda”.

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Derrière da La Redonda! 🙂

Você só vai precisar de táxi se quiser ir a Bocagrande, o bairro comercial, e onde está a praia mais frequentada pelos nativos nos finais de semana. A praia não é bonita, mesmo assim passamos lá pra matar a curiosidade:

IMG_1959E para o Castelo San Felipe de Barajas. Baratinho, o táxi custou 7mil COP (R$8,50). Fomos de manhã, na primeira hora e estava vazio, dizem que à tarde enche. Nunca senti tanto calor na minha vida! Os guias usam camisa de manga comprida, sombrinha, chapéu e têm a cara branca de tanto protetor solar. André comprou um chapéu panamá lá na porta do castelo por 20 mil COP. Era 40 mil, ele pechinchou! Se eu voltasse lá, iria até de top, o mais pelada possível. Uma impressão que tivemos em Cartagena era de que as manhãs eram bem mais quentes do que as tardes. É imprescindível visitar o castelo e pegar um guia (10 mil COP/R$12), os guias são de lá mesmo, gente boa, e não é exclusividade sua, cada guia leva um grupinho de 6, o que é tranquilo, e ele conta toda a história das tentativas de tomada da cidade pelos holandeses, franceses e ingleses e mostra as armadilhas e estratégias de luta dentro da “tecnologia” da época. O passeio é lindo e o castelo é enorme, com vistas interessantes pra Cartagena antiga e moderna. É impressionante ver como uma construção militar que teve início em 1.536 ainda se encontra tão bem conservada. Leve garrafa d´água e compre mais lá em cima, tem uma lojinha onde fomos apresentados ao delicioso e refrescante suco (jugo) de tomate de árbol, um tomate que nasce na árvore, e não no chão, típico da região da Cordilheira dos Andes.

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20150828_105140Próximo de lá, não fomos, tem o Convento de la Popa e atrás do castelo, o Monumento das Botas Velhas, que é uma homenagem a Luis Carlos López, um dos maiores poetas de Cartagena das Índias, e sua obra mais popular, o poema “Minha Cidade Nativa”.

Museus: Museu Histórico de Cartagena, Museu Naval, Museu do Ouro e de Arte Moderna. Fomos só no Museu da Inquisição que tem o arsenal de aparelhos de tortura usados pela igreja na idade média. Não são reais, mas réplicas. É pequeno e interessante. O Museu Naval conta memórias de batalhas e conquistas que aconteceram em Boca Chica e Boca Grande, as portas de entrada da cidade pelo mar.

O melhor programa, top one, foi ver o pôr do sol todo santo dia do CAFÉ DEL MAR (Baluarte de Santo Domingo), que fica na muralha, com muitas mesas estrategicamente voltadas para o mar e… venta, bendita brisa! Abre diariamente às 17h e é carinho $$$. Até Bloody Mary tomei. Passaríamos a vida ali!

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Se você não quiser ir no Café del Mar, sem problemas, tem um monte de ambulante vendendo bebidas na muralha e lugares pra sentar, como em cima dos próprios canhões!

Se você atravessar a rua, Avenida Santander, de frente pra muralha, está no mar do Caribe.

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Ponto negativo de Cartagena: muitos ambulantes te oferecendo artesanato sem parar! Feio falar assim, mas eles abusam.

Passeios fora: As ilhas próximas ficam a 1h de lancha, Barú ou Rosario (Majagua). Nenhuma Brastemp pra quem é brasileiro e está acostumado com as praias do nordeste ou as ilhas de Angra dos Reis. Lá eles vendem o passeio pra Playa Blanca como água no deserto e André me convenceu antes de irmos que não o faríamos. Ele disse: turístico demais = lotado = tô fora! Mesmo eu tendo lido no blog da Cinthia Monaco do macete de correr pro canto esquerdo da praia, onde tem menos muvuca, achei que ele tinha razão. Estes passeios têm a opção de parar na Isla Rosario para quem quer conhecer o Oceanário, mas eu evito estes programas que tiram os animais do habitat natural deles, acho sacanagem aprisionar os bichinhos pra ganhar dinheiro em cima deles.

Mas… o calor é tanto e tínhamos tempo, então resolvemos fazer um passeio desses mais privé pra uma praia particular do Hotel San Pedro de Majagua http://www.hotelmajagua.com/. Você deve reservar com antecedência, pode até ser no dia anterior ao passeio, no Hotel Bóvedas de Santa Clara (29, Cra. 2 #39) em Cartagena, é claro, fica perto da muralha. O passeio custa (pra cada) 175 mil COP. Pra você ter ideia do diferencial, o pra Playa Blanca era 40 mil. Está incluído o almoço e há toalhas de banho no hotel disponíveis pra você usar. Sem contar que a lancha ainda passou por  Boca Chica, que era um forte e também prisão, o marinheiro explicou rapidamente em 3 línguas, e parou a lancha pra gente olhar, um plus! (chica em espanhol é “pequena”)

20150829_094140 IMG_1911[Bocachica]

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Bocagrande vista do mar

A lancha sai às 9h da manhã da Marina Santa Cruz (foto). Cabem umas 35 pessoas e leva uma hora. 7 mil COP o táxi do hotel até a Marina.

20150829_084848A ilha, Isla Grande, tem 1.600 habitantes e de lá você avista a Ilha do Presidente e a do Botero (foto), será verdade que é a casa dele mesmo?

IMG_1950Chegando na praia do hotel, há vários passeios pra fazer: stand up paddle, mergulho, canoa pelo mangue, bike pelo pueblo… nós só ficamos na praia.

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É tudo muito bem organizado, tem banheiro com vestuário pra tomar banho, bar. O almoço estava delicioso, escolhemos filé de robalo e o suco era natural.

20150829_125800Pra quem gostaria de passar uma noite aí, este é um bom lugar. Acordar cedinho e ter a praia só pra você. Mas sinceramente! Não achamos nada demais, estava esperando uma praia estonteante, ampla, mas tínhamos apenas uma pequena faixa de areia, que era sim, bem branquinha. Água morninha que valia a pena, sim, quando você entra não quer sair, é um alívio depois do calor castigante de Cartagena. Por isso indico 3 dias inteiros em Cartagena em hotel com piscina. Se você quiser mesmo ir visitar uma dessas praias fora, aí sim, fique 4 dias. no final das contas, tivemos um dia lindo!

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Outro passeio pelos arredores de Cartagena é o Volcán del Totumo: um pequeno vulcão que oferece banho de lava que faz rejuvenescer e não afunda! Depois você se lava num lago ao lado. Isso mesmo, parece divertido, mas perdemos essa farra. Olha esse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Q8b1iS2v0gI

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[Fotos do meu amigo Patrick Fargnoli que esteve por lá recentemente]

Onde beber, comer e bailar:

20150827_171926Come-se muito bem em Cartagena, a cidade é repleta de bons restaurantes. Não achamos graça na cerveja colombiana Águila, aguada. A Club Colombia, idem, porém a “roja” e a “negra” são gostosas, mais encorpadas do que a loira comum. O bairro de Getsemaní tem noite eclética com várias opções musicais. Dois bares animados pertinho da Torre del Reloj: Tu Candela (Portal de los Dulces No. 32-25) e El Mondo de Fidel. Os da Plaza Santo Domingo achei caídos, mas posso estar enganada, pois não fui a nenhum. Os mais animados ficam próximos das Plazas Aduana e San Pedro Claver. Na Plaza Fernández de Madrid o público é mais turístico.

Bailar salsa e outros ritmos: Extreme Bar Discoteca; La Escollera e Crazy Salsa (Calle “Tumba muertos” local # 2.): nessa também dão aula de salsa.

Outra parada diária pra refrescar era La Palettería (Calle 35 # 03-86): só alegria! Pra tomar café da manhã: Se Volvió Prisprí Coffee (Carrera 4 # 32 – 20, Calle del Landrinal)

Restaurantes:

Crepes&Waffles: o lugar bomba e é agradável, ótimo custo-benefício, bom e barato. Não deixe de tomar limonada com coco, mesmo diante do desfile de milkshakes, que lá se chamam malteadas. Acho que escolhi o melhor crepe do cardápio, o Serrano, ¡de chuparse los dedos!
Juan del Mar (Plaza de San Diego, Calle 39 #38-18): bonito e bom demais, um dos melhores da cidade. Comi salmón al tamarindo e André foi de pescado al jerez. Amei!
La Cevichería (Calle 39 #7 14): super astral, sempre cheio e animado.
Boliche Cevichería (17, Carrera 8 #38): minúsculo! Comemos ceviche de tamarindo, a porção custou, pra você ter uma ideia, 45mil COP. Bem caro! Melhor ir a outro lugar.
Quebracho (2-69, Cl. 33): Parrila argentina
La Bruschetería: não achei endereço na Internet, mas fica quase ao lado do nosso hotel, Calle del Curato. Jantamos lá no dia em que chegamos e comemos uma das melhores massas de nossas vidas! Fica pertinho da Plaza San Diego.

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Um pé-sujo na Plaza Fernando de Madrid. Comida honesta. Restaurante sem nome. Acompanhamos o almoço com sangría.

Outros indicados que li pelos blogs afora, mas não conseguimos ir: Café El Barón (Carrera 4 #31-7 – Plaza San Pedro Claver); Café San Rocque (Carrera 10c #29-214); Carmen (dentro do Hotel Anadá Calle del Cuartel # 36-77, Carrera 5); El Santísimo (Calle 38): comer langostinos con salsa de tamarindo e coco. Dizem que é um dos melhores restaurantes de lá; Restaurante 1621 (San Diego); La Mulata (Calle del Quero 58, Calle 37 #39, em Getsemaní); Donjuán (# 34-60 Local 1, Carrera 6); Demente Bar de Tapas (Carrera 10 #29-29, também em Getsemaní) Fiquei louca pra ir nesse!; Salou (Carrera 2 #36-86): comer atum; Alma (Calle de la Universidad, 36 – 44): esse é mais luxuoso e faz parte do Hotel San Agostín, mas é aberto ao público. Precisa reservar. Muito bonito; e Bazurto Social Club (40 y Av. El Centenario, Carrera 9 #30): dizem que era frequentado pelo Gabriel.

La Vitrola (Calle 33 #201) Fiquei louca pra ir nesse restaurante, é cubano, pequenino, aconchegante, discreto e tem bandinha cubana tocando. Tinha feito até reserva, via hotel, pro dia do aniversário do André, mas perdemos a hora no Café del Mar. Nesse dia tínhamos conseguido a melhor mesa e ficamos lá até a lua nascer, daí já viu, né? O Vitrola tem dresscode, homem não pode ir de bermuda.

Club de Pesca (http://www.clubdepesca.com/#1) Este fica na Marina pela zona de Manga. A gente queria ir porque ficava num outro ambiente, pra variar, teríamos até que pegar um táxi, talvez por isso não rolou, preguiça. A gente sempre planeja mil coisas antes de viajar e nem sempre conseguimos fazer metade! 🙂

Atendimento nota 10 em todos os lugares. Ô pessoal adorável!!

Tem mais: Cartagena de Indias é afrodisíaca. Ficamos em love total! E pra quem é solteiro, também é demais, paquera come solta. Acho que passar Reveillon lá deve ser uma delícia. E dizem que nem faz tanto calor nessa época, porque venta mais.

E ah, meninas! Não voltem sem sua bolsa Wayuu!

Nosso mapa aqui!

*todas as fotos são de nossa autoria, exceto as do vulcão Totumo.
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